O cenário político paraibano voltou a ganhar contornos de tensão após recentes declarações e atitudes do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino. Analistas enxergam nas ações do parlamentar uma clara tentativa de pressionar o governador João Azevêdo, numa movimentação interpretada por muitos como chantagem política velada.
Durante a inauguração do hospital em Catolé do Rocha, Galdino lançou ataques públicos ao deputado federal Gervásio Maia, embora, para muitos observadores, o verdadeiro alvo tenha sido o próprio governador. Segundo fontes da cena política estadual, os ataques seriam uma forma de chamar atenção e reforçar sua insatisfação com decisões internas da base governista — especialmente após ter sido preterido pelo seu partido, Republicanos, em discussões sobre futuras candidaturas majoritárias.
Adriano Galdino é conhecido por utilizar com habilidade o poder que o cargo de presidente da ALPB lhe confere. Uma das críticas mais contundentes diz respeito à articulação feita para nomear sua filha, Alana Galdino, ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado, mesmo sem comprovação técnica adequada para o posto. A nomeação, apesar de legal, gerou forte repercussão negativa nos bastidores políticos e junto à opinião pública.
Outro episódio recente que gerou críticas foi a realização dos festejos juninos na cidade de Pocinhos, sua base eleitoral. Segundo denúncias, o evento foi usado como palanque político, custeado com recursos da prefeitura local, o que evidenciaria o uso indevido da máquina pública para fins eleitorais.
Mesmo após ter conseguido eleger o irmão, Murilo Galdino, deputado federal — movimento atribuído à sua influência como presidente da Assembleia — o parlamentar agora mira mais alto: quer disputar o cargo de governador. No entanto, analistas avaliam que tal ambição tem pouca viabilidade política no momento. Isolado dentro do próprio grupo, e em rota de colisão com antigos aliados, Galdino pode estar cavando seu próprio isolamento.
A postura agressiva e os recentes confrontos com membros da base aliada acenderam o sinal de alerta no Palácio da Redenção. A percepção de que o deputado estaria se distanciando dos princípios éticos e republicanos que devem nortear a vida pública tem crescido entre parlamentares e lideranças políticas. Nesse cenário, o poder de articulação de Adriano Galdino pode estar chegando ao seu limite.
Em vez de consolidar liderança, as atitudes recentes do deputado revelam um momento de fragilidade e possível desgaste político. Resta saber se a postura combativa de Galdino representa uma estratégia momentânea de reposicionamento ou se, de fato, antecipa um ocaso de sua força no tabuleiro político da Paraíba.
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