A crescente demanda chinesa por colágeno extraído da pele de jumentos tem provocado uma redução drástica na população desses animais em diversos países nas últimas duas décadas — inclusive no Brasil. Estima-se que, entre 1996 e 2025, mais de um milhão de jumentos foram abatidos no país, fazendo o rebanho nacional despencar de 1,37 milhão para pouco mais de 78 mil animais — uma queda de 94%, segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos.
Caso o ritmo atual de abates continue, a espécie pode desaparecer do Brasil antes de 2030, alerta Pierre Barnabé Escodro, professor de Medicina Veterinária e Inovação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Ele integra uma rede de pesquisadores que vêm denunciando o risco de extinção e defendendo a aprovação de um projeto de lei de 2022 que proíbe o abate — proposta que segue parada no Congresso.
“O jumento já está em risco de extinção em vários países. No Egito, praticamente não existe mais. O mesmo ocorre em outras regiões da África. Por isso, o movimento de conservação é hoje global”, afirma Escodro.
Atualmente, três frigoríficos têm licença do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para o abate de jumentos no Brasil, todos localizados na Bahia. Apesar da autorização, pesquisadores e defensores da causa alertam que o processo carece de rastreabilidade, o que compromete o controle sanitário e a garantia de origem dos animais.
Com onorteonline.com
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