A velhice

 Já estou ficando velho

Minha mente está cansada

Na estrada longa do tempo

Encurtei minha passada

Sem as mínimas condições

De seguir a caminhada.


A minha idade avançada

E os meus cabelos tingidos

São testemunhas das cenas

Dos longos anos vividos

Retrato que o tempo guarda

Marcando os acontecidos.


Me recordo com saudade

Do tempo de meninice

Da minha infância feliz

Da minha doce meiguice

Hoje fui atropelado

Pelo o carro da velhice.


Eu que a minha vida

Já está perdendo o brilho

E o trem da minha idade

Não consegue andar no trilho

Perdido na ferrovia

Da solidão do empecilho.


Estou sentindo a velhice

Diminuir minha fase

Das benesses deste mundo

Só tenho escutado frase

O prédio velho da vida

Está inclinando a base. 


Velhice, cadeia triste

Prisão da humanidade

Estou preso encarcerado

Sem ter mais felicidade

Me deixando condenado

Na sentença da saudade.


Muitas vezes na dormida

Me deito e não tenho sono

No reinado da velhice

Já reservei o meu trono

Como a minha morada

Na casa do abandono.


Poeta Teixeirinha da prata.